O Acidente mais recente com Energia Nuclear ocorrido em Março de 2011 em Fukushima, no Japão coloca em debate a necessidade da adoção de políticas energéticas sustentáveis no planeta, especialmente, no Brasil.
Sobre o enriquecimento do urânio pesa a suspeita de eventual uso bélico, motivo pelo qual, frequentemente, instauram-se inspeções internacionais da ONU. O risco de contaminação radioativa é, porém, ainda mais sério, fazendo com que países como a Alemanha já repensem suas políticas energéticas.
No acidente de Fukushima, causado pelo terremoto de 11 de março, ficou patente que não existe conhecimento nem tecnologia para se enfrentar catástrofes dessas usinas: helicópteros militares iniciaram por pegar baldes de água do mar para lançá-la sobre o reator para ver se conseguiam acertar uma piscina de varetas superaquecidas da usina. Tentaram, também, com caminhões de água dos batalhões de choque jogar água no reator. Depois descobriram que tinham que recuar por causa da radiação. Os grupos de trabalhadores dessas operações ficaram conhecidos como os "50 heróis nacionais". Todos estão condenados à morte e sabem que vão morrer em questão de semanas.
Milhares de corpos estão abandonados nas redondezas da usina. Não se sabe o que fazer com eles: "Estão radioativos. Deixem-nos ali". Ninguém os recolheu e ninguém os cremou, porque estão muito radioativos. Aqueles que deveriam se ocupar deles, sejam eles policiais, coveiros ou familiares, por sua vez, têm medo de ser contaminados.
Ao mesmo tempo, a energia nuclear, absolutamente, não pode mais ser considerada "energia limpa" e o mito de que não tem efeito estufa já foi pelos ares há tempo. É urgente equacionar a demanda por energia com outros fatores que se tornaram imprescindíveis: modelo de desenvolvimento econômico e industrial; riscos ecológicos e à saúde humana; riscos de catástrofes, sobretudo nos setores químico, petroquímico e nuclear; reservas naturais; sustentabilidade econômica.
O petróleo e outras fontes de combustíveis fósseis, além de altamente poluentes, não são renováveis. Não é por nada que EUA têm procurado importar este tipo de combustível do mundo todo, preservando suas fontes próprias. Política que só dá sinais de mudança devido à crise econômica daquele país.
Está na hora do Brasil pensar um plano nacional de desenvolvimento energético sustentável que contemple essas formas diversas de energia, integrando-as inteligentemente, com valorização do meio ambiente e da vida humana.
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